O clima de Coaching

 

O processo de coach não ocorre no vácuo. A efectividade do coaching depende não só da habilidade e competência do gerente coach, mas também do desejo que o colaborador tem em ser orientado. Numa relação gerente – subordinado, é comum a prática de criar uma boa impressão e esconder os erros. Afinal, o chefe é sempre o responsável pela avaliação de desempenho e, possivelmente, pelo próximo aumento salarial.

Para que a relação de coaching tenha sucesso, entretanto, é necessário que ambos sejam abertos e honestos. A pessoa a ser desenvolvida deve estar disposta a aprender, até mesmo com os seus próprios erros e deve estar preparada para tentar uma nova abordagem quando e onde a antiga já se tenha mostrado claramente inadequada. Isso envolve a disponibilidade para discutir pontos fracos de uma maneira aberta e não defensiva. 

O gerente coach, por sua vez, deve estar preparado para despender tempo e atenção para compreender onde e porque o desempenho não foi bem sucedido e ajudar a pessoa desenvolver novas habilidades e soluções. A premissa na qual o processo de coaching está baseado é a de que o desempenho das pessoas possui limites que podem ser ultrapassados com a ajuda de alguém mais experiente. O gerente coach pode prestar ajuda com a postura de parceiro comprometido com os resultados e na orientação do indivíduo para reinterpretar as suas acções dentro de uma nova referência; então, ocorrerão mudanças e transformações significativas. 

O clima predominante em algumas organizações não contribui para uma troca honesta de pontos de vista, seja porque o foco é na gestão com controles bastante rígidos, voltado para a manutenção do status quo, seja porque as pessoas serão, no final, avaliadas pelo quanto elas são capazes de trabalhar dentro de premissas e padrões já estabelecidos. 

O processo de coaching funciona melhor num clima em que o foco é o desempenho a todos os níveis - da corporação, das equipas dos indivíduos – e em que as pessoas não têm medo de ir além dos seus próprios limites, no seu desempenho individual. Noutras palavras, as pessoas precisam ter permissão para trabalhar de novas formas, desde que isso produza melhores resultados que os que vêm sendo obtidos no modo de trabalho actual.